segunda-feira, 31 de março de 2008

Mary Moon, amigos e uma leica





Parecia um dia como outro qualquer até o telefone tocar ao meio dia, era Adrian grande amigo de Sampa que estava em brasília.
"Aí, hoje tem festa no Dulcina leva uma câmera pra mim."
"Serve uma leica?" eu respondi.
Durante o dia o telefone tocou outras vezes em lugares diferentes, tudo para que algumas pessoas terminassem a noite felizes e contentes ao som de Mary Moon.

"Fotografar é preciso, viver também é preciso!"

Fotos: Armando Salmito

terça-feira, 25 de março de 2008

Banalidade Poética


"Afinal, fotojornalismo não é o encontro feliz com imagens acidentais, mas a produção consciente e sofrida de visões fragmentárias que, podem ser muitas vezes verdades mais amplas, significativas e universais."

Luis Humberto
Fotografia, a poética do banal
Pág. 82

Foto: Arthur Monteiro

segunda-feira, 24 de março de 2008

Tião


Quando menino, durante as férias ia para Patos de Minas, terra natal da minha Mãe, passar o tempo na casa de minhas tias e da Vovó Zeca, próximo a sua aconchegante casinha, morava o Sebastião, moço calmo, sereno e muito observador, não atoa um exímio caçador de passarinhos. Íamos eu e ele para uma região brejeira, hoje se transformou em uma bela e urbanizada lagoa, bem perto dali, caçar passarinhos.
Intrigante como o tempo voa, assim como aqueles pássaros voavam, eu com estilingue em punho e ele com suas artesanais arapucas.Eu lançava pedradas ao vento, já ele, um especialista, armava a tal armadilha, sentava-se, enrolava um tradicional fumo de rolo e, com toda paciência que Deus lhe atribuiu aguardava cautelosamente o momento decisivo.Tempo, tempo, tempo, uma imagem dessa peça rara, hoje com seus 47 anos de vida, ainda preservando seu amor incondicional por Canários da Terra e Papa Capins.

Arthur Monteiro

quinta-feira, 20 de março de 2008

Intriga invisível



"Cada vez tenho mais vontade de fotografar o mundo invisível, hoje me parece impossível.
Me contento, por enquanto, em fotografar o intrigante."

Rinaldo Morelli
www.rinaldomorelli.com

quarta-feira, 19 de março de 2008

Chuva


Começou bem cedo aquela chuva
Sem fazer ruído e me doendo
Como se saudasse
O inverno no meu coração
Como se soubesse
O quanto eu estava sofrendo
Suportei na hora o meu maior tormento
Até silenciar com resignação
Esperando o sol que não apareceu
Sufocando os prantos da desilusão

Chuva
Pode cair à vontade
Eu já não sinto saudade
A solidão terminou
São apenas lembranças de um tempo
Tão distante
Trazidas pela nostalgia
Que nesta manhã
Você me despertou

Música: Paulinho da Viola
Foto: Arthur Monteiro

segunda-feira, 17 de março de 2008

Viva Gervásio Batista!

Foto: Arthur Monteiro

Foto: Armando Salmito

Foto: Julio Batista

"Tem que ter respeito por ela (câmera), porque é ela que te dá tudo."

PUNCTUM visita o fotojornalista Gervásio Batista e numa tarde de bom papo e belas histórias redescobrem o olhar que retratou grandes episódios da história do brasil e do mundo. Tudo isso em uma inédita entrevista a ser publicada no site de PUNCTUM.
Só faltou a cerveja, mas como o mestre mesmo disse: "Não temos nenhum pinguço na família"
Viva Gervásio Batista e sua generosidade.

terça-feira, 11 de março de 2008

Foi o Drº Delegado que disse


A polícia ainda investiga o caso, mas, ao que tudo indica, a morte do desempregado Rogério Brasileiro dos Santos, 29 anos, foi mesmo acerto de contas. Por volta das 21h30 do último domingo, ele levou dois tiros no abdômen, em via pública do conjunto 75 do Setor "O", e morreu na manhã de ontem no Hospital Regional de Ceilândia (HRC).
"Ele estava indo à padaria na companhia de sua mãe e de sua esposa, Alcirene Fernandes da Conceição", contou o delegado-chefe da 24ª Delegacia de Polícia do Setor "O" de Ceilândia, Vivaldo José Nunes. Segundo ele, o assassino, Max de Jesus, 19 anos, conhecido na localidade como "Madruga", tem várias passagens pela polícia por roubo, porte de droga e tentativa de homicídio. De acordo com o delegado, Max aproveitou o momento em que a vítima havia se distanciado dos parentes, quando voltava para casa, e efetuou os dois tiros. "Quando a mãe dele ouviu os disparos, correu para ver o que era e encontrou o filho no chão, ensangüentado e pedindo por socorro", informou Vivaldo.
A vítima foi encaminhada ao HRC por um desconhecido que estava passando pelo local. Rogério ainda chegou a receber cuidados médicos, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Arthur Monteiro

Hà um tesouro no fim do dia


Foto: Joao Paulo Barbosa - Himachal Pradesh - India


Foto: Isabela Lyrio - Salento - Colombia


Foto: Jùlio Jatobà - Brasilia - Brasil


Ás vezes um vento sagrado nos toca a alma e delicadamente nos leva a encontros raros.
Ontem, no alto das montanhas, entre nuvens roxas e um céu azul, pincelado por raios quase vermelhos, escutei histórias...

"Cuanto mas recondito está un tesoro... Mas maravilloso és!"

E enquanto aqui meu dia termina com encontros e cores, outros espìritos leves buscam o dourado no mundo.

Isabela

Trailer: WOMEN ARE HEROES


Fime de JR que é parte do projeto 28mm.
Maiores informções no site: http://www.womenareheroes.be

segunda-feira, 10 de março de 2008

Pura Vida No Mundo



"This is life, life in quintessential form – pura vida". Werner Herzog

A vida esta' a meu favor. Tive a oportunidade de visitar uma pequena vila num pequeno vale de uma pequena cadeia de montanhas do Himalaia. Onde o unico meio de transporte eh o andar `a pe'. E onde as criancas menores vem correndo dar um abraco nas pernas dos viajantes. O que mais se pode querer?
Garotos sentados nas pedras, estudando ao Sol antes da hora de ir para a escola. A menina linda, em seus nove, dez anos de idade, oferecendo buquezinhos amarelos das flores de mostarda a todos que passassem por seu caminho. Estou na India ha' 50 dias. E muito feliz por estar aqui. O que mais pedir?
Cada dia melhor do que o outro. Cada novo movimento mais simplificado. Olhares que despertam encontros que se abrem, que inspiram.
Escrevo desde McLeod Ganj, a capital do Tibet no exilio. O "Little Tibet", onde Sua Santidade Dalai Lama vive parte do ano, transmitindo toda a riqueza de sua cultura tibetana. Por alguns dias fui privilegiado em ve-lo e ouvi-lo – "Insofar as love is essential in every religion, we could say that love is a universal religion" – em seu templo, junto a quase dois mil estrangeiros e milhares de refugiados tibetanos.
E eh daqui que se chega a vila dos "mil abracos". Caminha-se rumo ao norte ate' a linha da neve, dorme-se uma noite em uma das cavernas perto de Triund (onde monges tibetanos do monasterio de Amdo esculpem com a neve), caminha-se mais um dia, subindo e descendo um passo na montanha a mais de quatro mil metros e, enfim, aterrisa-se na vila de Khatimbu.
O ceu azul, as neves "eternas", o vermelho das flores dos rododendros, o amarelo da mostarda, o verde das arvores, o som das aguas, nas diferentes quedas do rio Xuah, a brisa que trisca a pele, seca de Sol e ar rarefeito. O que mais se pode desejar?
Adentrar a pequena rua de Khatimbu com passos leves. O cheiro de chai, chapati e acafrao encontra no ar o som belissimo do Tampura, o instrumento indiano de quatro cordas. O 'Baba' fumando no meio da rua olha discreto e balbucia: "namaste". As mulheres coloridas, agachadas em seus cochichos de roupas lavadas. O menino quase moco (cedilha) enchendo o balde de agua. Os homens melhorando mais uma construcao. A India tem esse poder. Um sonho em um minuto. O que mais poderia imaginar?
Acho que vivemos para o momento. Para fluir com o tempo, em ritmos diferentes de presentes. O casal sorrindo, apertando as maos ao caminhar. Os picos de gelo pontudos a reinar. Tiro os oculos escuros, coloco os de grau. Sim, eh isso! Retiro os oculos de grau e vejo os olhos do Buda Gautama dizendo: "you cannot travel the path before you have become the path itself". Fecho os olhos e entro em outro mundo. O que mais posso falar?
Tashi delek! Thuk-je-chhe!!

abraco carinhoso,
Joao

Este primeiro faz-de-conto himalaio eh dedicado ao meu padrinho na Asia, Embaixador Edmundo Fujita (7 de marco), e tambem a minha mais-que-irma chilena, Paula Trivelli (10 de marco). A vida esta a nosso favor. Shanti Om!

João Paulo Barbosa

quinta-feira, 6 de março de 2008

Maria das Flores


Desde os tempos antigos as flores foram usadas para homenagear pessoas especiais em ocasiões importantes. Poetas exaltam as virtudes das flores e escrevem sobre seu significado. As flores passam a ter significados sem que seja preciso o uso de palavras.

Arthur Monteiro

terça-feira, 4 de março de 2008

Anjos, Sonhos, Silêncio e o Inconsciente


Uma vez que os sonhos estão ligados ao inconsciente, não há, neles, uma seqüência lógica de fatos, não estando presos às leis espaço-temporais do mundo físico. Recheados de fatos cotidianos e de impulsos inconscientes, em geral, tudo parece estranho num sonho, onde muitas vezes somos espectadores, como que vendo um filme, e noutras vezes somos os protagonistas de histórias surreais, onde tudo é possível e desejos inconscientes podem vir à tona. O sonho funciona assim, como um mediador de forças entre o consciente e o inconsciente, fazendo com que situações agradáveis possam ser mantidas e prolongadas durante o sonho, e que situações ameaçadoras possam ser interrompidas.

Arthur Monteiro

segunda-feira, 3 de março de 2008

Uma janela pra cada dia


Os dias sao assim... Quando menos se espera, alguma coisa acontece e arranca do fundo da alma um sorriso que nao queria sorrir.
Se o amanhecer nos brinda com o pensar e a tristeza, se os acontecimentos se mostram nao tao màgicos como se propuseram ser...
Enquanto o sol passa por cima de nòs, com o girar da vida, o tempo passa... E fecha o que antes estava aberto, e cura o que antes doìa... E descobre algo belo no que poderia ser feio... E encontra a fragilidade no que dizia ser belo.

A paz mostra seu brilho, mesmo que seja no ùltimo minuto do dia.

Isabela Lyrio

Um olhar Viajante


"O incapaz se cobre
O rico se enfeita
O presunçoso se disfarça
O elegante se veste"

Honoré de Balzac

Foto: João Paulo Barbosa