sexta-feira, 30 de novembro de 2007
"A foto é uma fina fatia de espaço bem como de tempo."
Pouca luz lá fora, muita aqui dentro.
O dia tá nublado. Começou ameaçando sol, mas as nuvens surgiram logo no meio da manhã.
A tal luz nublada e fria divide o quarto entre -luz e não -luz.
Me lembrei de alguém.
!
Estou debaixo de muita luz:
Som.
Um piano determinado.
Chopin.
Um aroma que veio de templos na Ásia.
Sonho.
Fui num blog.
Fotógrafos brasileiros
Tem muita foto boa.
Que leva a sites bons...
Um ensaio na Caros amigos...
Carlos Penteado.
Fotógrafos me puxaram.
Marcelo Min
Lalo de Almeida.
Agência Fotogarrafa.
Chopin.
Cristiano Mascaro:
"A fotografia está muito mais próxima da literatura do que das artes plásticas"
Susan Sontag:
"Uma foto é tanto uma pseudopresença quanto uma prova de ausência."
"Fotos podem ser mais memoráveis do que imagens em movimento porque são uma nítida fatia do tempo, e não um fluxo. A televisão é um fluxo de imagens pouco selecionadas, em que cada imagem cancela a precedente. Cada foto é um momento privilegiado, convertido em um objeto diminuto que as pessoas podem guardar e olhar outras vezes.
(...)
Embora um evento tenha passado a significar, exatamente, algo digno de se fotografar, ainda é a ideologia (no sentido mais amplo) que determina o que constitui um evento. Não pode existir nenhuma prova, fotográfica ou de outro tipo, de um evento antes que o próprio evento tenha sido designado e caracterizado como tal. E jamais é a prova fotográfica que pode construir - mais exatamente, identificar - os eventos; a contribuição da fotografia sempre vem após a designação de um evento. O que determina a possibilidade de ser moralmente afetado por fotos é a existência de uma consciência política apropriada. Sem uma visão política, as fotos do matadouro da história serão, muito provavelmente, experimentadas apenas como irreais ou como um choque emocional desorientador."
Fotos de Lalo de Almeida e Gil Prates
Isabela
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
Ninguém vai ver seu sonho, só você
Quase dormindo, pedi a um sonho que me levasse ao topo de um vulcão. Era lua cheia e esperava o dia nascer. Em lugares distantes, o vulcão explode com o amor da terra, borbulha na lava e na alma.
Já não sentia o cheiro de enxofre quando, sozinho, percebi outro eu, outro amor, puro mel. Quando acontecem esses encontros, não é preciso fazer nada para gritar tudo, gritar a paixão, a alegria - a vida pode se tornar eterna por meia hora... coisas que só acontecem em vulcões. Ou em cachoeiras.
O para sempre é só um instante. A mágica está no tempo, na eternidade de cada ar puro, cada segredo.
A gente tem que parar de querer as coisas para sempre...
A gente tem é que curtir...
João Paulo e Isabela
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
Faroeste Caboclo
Tenho como princípio na fotografia o seguinte: se você tem bom coração, sensibilidade, criatividade e um olho que enxerga como o olho de uma águia as imagens virão naturalmente.
Ivaldo Cavalcante recebe mais um prêmio: XLVI Medalla Gaudí - Biennals Internacionals de Fotografia. Merecido. Merecidíssimo.
Além do site e do blog, Ivaldo agora compartilha imagens e histórias em mais um endereço...
Vá lá. Vá aos três endereços.
E se ainda não viu, vá nos Ensaios de Punctum e veja Quase nada mudou.
"Em meio aos fleshs da minha máquina
me sinto abraçado.
Na mente tenho a satisfação de saber
que no click da minha lente me sinto realizado.
Aos meus olhos cada imagem capitada no momento
é como o alvorecer da aurora.
Meus ombros doloridos carregam agora
com orgulho meu sustento.
E assim...mais uma noite chega ao fim."
Brizza Rodriques Cavalcante.
A foto acima foi ganhadora do Prêmio Rei da Espanha, em 1994.
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
Um dia sem sono
Continuando algumas indicações, em uma sexta-enforcarda, quis ouvir também. Não me bastavam imagens, não queria rodá-las. Queria uma sessão de degustação completa.
Passei no Fotosite...
Magnum in Motion!
Fui lá.
Na capa tem 4 ensaios.
Curti a história do Hotel Afrique. Gosto de choque cultural. Diferentes mundos dividindo o mesmo espaço, sem coexistirem.
Hotel Afrique.
Ver, ouvir, sentir o passar do tempo.
É preciso estar ainda mais perto para conhecer um sujeito. Aproximar-se mais, muito mais. Sentir o cheiro, o pisar no chão, o calor ou o frio.
Acabei me perdendo em muitas realidades, mal sei onde estou.
Vou acabar por aqui.
Quando encontrar outra coisa...
Isabela
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Tempos Nebulosos
Já ouvi de tudo nessa cidade: reclamações por causa do curso do Firmo, desabafos emocionados de gente que acha que não há fotografia em Brasília porque poucos participaram de um curso do Clício Barroso. Muitas outras reclamações, de pessoas que julgam saber o que é fotografia.
Quando tem exposição e eventos afins, sempre é o mesmo grupo que vai nas vernissages e se dá muito bem, porque fazem a coisa mais preciosa da vida em sociedade: conhecem outras pessoas com interesse comum, vez ou outra conversam com o autor e até se tornam colegas, trocam e-mails e experiências. Quanto a mim, grande parte das pessoas que conheço na área, foi graças a exposições, seminários, palestras.
Cansa ler um monte de bobagens, reclamações ocas, enquanto palestras e exposições continuam vazias.
É estranho...
Brasília é conhecida pelo fotojornalismo político, sempre vai ter pauta. Mas os fotojornalistas fazem o que? Só trabalham no jornal e deixam de ser fotógrafos E jornalistas nas horas vagas? É só um emprego mesmo? Talvez seja graças a essa visão que a fotografia dos jornais em Brasília está cada vez mais engessada. Cada vez mais é só uma tele, uma escadinha e paciência de passar o dia inteiro sentados na mesma posição esperando tal político meter o dedo no nariz ou cair a bolsa da presidente da Argentina para sair uma foto "diferente" na capa. Isso por acaso é notícia?!?!
Luis Humberto falou uma coisa que é de extrema importância e que o fotojornalismo hoje, - talvez pelo excesso de profissionais e meios, talvez por uma cultura cada vez mais acostumada ao fotógrafo e conseqüentemente tendendo a enfiá-lo num "chiqueirinho" -, não consegue ter: espaço. Na entrevista que vai ao ar em Punctum nos próximos dias, ele fala da importância do fotógrafo dominar o espaço.
O que está acontecendo?
O que vocês, com formações diversas, acham?
Porque o fotojornalismo em Brasília não tem nenhum Luis Humberto em atividade?
Porque os excelentes que temos, estão escondidos?
Porque não se consegue dar mais espaço ao trabalho de um cara como o Ivaldo, que olha todo dia o mundo com uma visão que vai além do simples enquadramento, que transmite uma idéia, um posicionamento político? Porque o trabalho dele não está rodando o mundo, para que todo mundo veja o que acontece do lado dos lugares mais poderosos do país?
Será que as pessoas esqueceram que a fotografia é um meio de comunicação, ou acham que é só ilustração!?
abraços
Isabela Lyrio
http://www.flickr.com/photos/isabelalyrio
http://www.punctum-foto.com
http://punctum-foto.blogspot.com/
Isabela,
Entendo que há várias explicações e ponderações:
a) por que alguns fotojornalistas (que estão no mercado e veículos de imprensa) que participam de grupos ou listas de discussão da Internet se manifestam apenas para vender equipamentos ou divulgar seu site pessoal? Por que não contribuem para a discussão da fotografia e do fotojornalismo? Ou seja, eles somente pensam no seu umbigo e fotografia é apenas ganha-pão, não expressão. Eles não têm necessidade de disseminar a fotografia ou discuti-la como tentamos fazer. Além do fato de se acharem acima de qualquer outro fotógrafo que não está na mesma situação (ou seja, fora dos grandes veículos);
abs,
Jorge
O que falta mesmo é amor, interesse e vergonha na cara!
www.flickr.com/photos/arthurimagem
www.punctum-foto.com
www.candangofotoclube.com
www.sambaphoto.com
www.fotoarkivo.com.br
Arthur Imagem
Concordo.
Discordo.
Acho que eu sou um daqueles que são os mesmos nas vernissagens...
O fotojornalista tem mesmo esta face: o trabalho absorve o tempo e os neurônios. Não que eles não os tenham, mas estão pensando mais na sobrevivência da carne do que na sobreviveñcia da alma.
Temos cabeças pensantes sim no fotojornalismo. Entrevistem o Eraldo Peres, o André Dusek e/ou mais alguns que já militaram. Pesquisem sobre a União dos Fotógrafos de Brasília, que foi um ponto de aglutinamento de fotógrafos além dos sindicato. Procurem pelos fotógrafos que fizeram parte da fotoagência Ágil, da decada de 80/90.
MAs de um modo geral, sei e vivo isso, produzimos muito coisa boa e não conseguimos dar vazão e visibilidade para isto tudo.
Continuemos a nos indignar, é uma força motriz que nos mantém vivos e em movimento.
Rinaldo Morelli
cel: (61) 99797200
Site: www.rinaldomorelli.com
Olá,Isabela,Rinaldo,Jorge e Arthur!!
Palmas,muitas palmas por esta discursâo vim a tona,Vida-longa os torpedos vindos do "punctus", do Rinaldo "Ladroes de Alma" e do Jorge Diehl do Foto clube Candanago.
Quando a Isabela diz: " Mas os fotojornalistas fazem o que? Só trabalham no jornal e deixam de ser fotógrafos...Cada vez mais é só uma tele, uma escadinha e paciência de passar o dia inteiro sentados na mesma posição esperando tal político meter o dedo no nariz ou cair a bolsa da presidente da Argentina para sair uma foto "diferente" na capa." Muito bom!!!,
Quando o mestre Luís Humberto diz "talvez pelo excesso de profissionais e meios, talvez por uma cultura cada vez mais acostumada ao fotógrafo e consequentemente tendendo a enfiá-lo num "chiqueirinho" -,
O "Chiqueirinho" e do caralho!!!!!
A fotografia sempre foi a cozinha das redaçôes, e vai continuar sendo, será sempre o patinho feio, cada vez mais aparecem "canetinhas focas" e fotógrafos com sua digital empindurada no pescoço, com os mesmos vicios do passado, e os jornais cada vez mais predadores, sem assinar carteiras de trabalho. é incrível, como os novatos se parecem tantos com os de décadas passada, será se o jornalismo ainda tem este clamor todo?
Me da ate arrepios em falar sobre o fotojornalismo de Brasília, vocês sabiam, que eu seria um grande coleccionador de "bo" boletins de ocorrerias se levasse tão a serio este "tal" de fotojornalismo.
Enfim, a realidade e que os fotógrafos que trabalham nas sucursais ganham(chutando) de seis mil lascas a dose mil reais mensais, isto com a venda de fotos pras agências e os caciques(editor fotografia).
Vai ver, que e por isso que eles não gostam de se misturar? não sei... mais uma coisa eu sei, eles gostam mesmo e de sair no site www.fotosalada.com.br eita,rapaziada que gostam de massagear o ego.
Acho, que a coisa vai alem da sobrevivencia, falta mesmo e fotografia na "veia" e engajamento e militancia, é colocar a cara a tapa-tambem-pela-profissao, porque fotografia não e so capa de jornal.
Quando o Arthur fala " O que falta mesmo é amor, interesse e vergonha na cara! “
Eu, concordo!!!! Eu sou um cara, que não defendo esta rapaziada, porque já há um tempão que eles estão pensando que estão dando as cartas, vai pensando!!! enquanto eles pensam, o importante e que continuemos a nos indignar, sempre!!!!!
Não esquecendo de colocar uma grande angular na mira e "tudo que se mexer e alvo" e fotografar!!!
Ivaldo Cavalcante
Editor
www.jornalolhodeaguia.com.br
http://jornalolhodeaguia.blogspot.com
Mas Rinaldo...
Será que o tempo é assim, tão absurdamente curto, que os caras não possam nem ao menos ver um bom livro de fotos para se "inspirar"? Como fazem os profissionais de outras áreas? Será que o fotógrafo de jornal se esquece que precisa consumir também para crescer, ou é muita "folga" achar que só seu trabalho basta?
A questão é que as cabeças pensantes são raras e hoje em dia não vejo muitas cabeças novas procurando pensar... Ou que estejam na ativa.
Será que os grandes veículos só querem a fotografia como ilustração do texto? Um artífice encantador que por vezes surpreende com uma bela imagem inusitada?
abs
Isabela
Foto: Arthur Monteiro
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
Câmara Censura
Câmara cancela exposição com foto de Rogéria seminua
Plantão | Publicada em 07/11/2007 às 22h01m
Carolina Brígido - O Globo
BRASÍLIA - A exposição "Heróis", que levou um poster da transexual Rogéria seminua ao Salão Negro da Câmara dos Deputados, foi cancelada nesta quarta-feira à noite. A imagem de Rogéria trajando camisa social, gravata, meias esportivas e tênis, com o órgão sexual escondido entre as pernas e os pêlos pubianos à mostra, provocou a ira da diretora de Relações Públicas da Casa, Sílvia Mergulhão. Ela argumentou que crianças transitam no local e seria inadequada a exibição da fotografia.
Durante o dia inteiro, a diretoria da Câmara tentou negociar com a produtora do evento, Karla Osório, através do deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), um dos retratados na exposição. Primeiro, foi sugerido que a foto de Rogéria ficasse protegida atrás de um biombo. O autor da imagem, o fotógrafo Luiz Garrido, disse que só aceitaria essa solução se uma fotografia do ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello figurasse no mesmo espaço reservado.
Sílvia Mergulhão concordou, mas Karla Osório resolveu instalar um aviso no biombo dizendo que a Câmara censurou a fotografia de Rogéria. Sílvia voltou atrás e, diante da briga, resolveu cancelar a exposição inteira.
Segundo a assessoria de imprensa da Câmara, Karla não havia apresentado um portifólio com todas as fotografias que seriam expostas e, por isso, a Casa não teria tido chances de se organizar para receber as imagens. A diretoria da Câmara também negou que tivesse censurado qualquer obra. E argumentou que, se a exposição fosse mantida, a Casa poderia ser processada por descumprir o Estatuto da Criança e do Adolescente. Os artigos 17 e 18 da legislação dizem que os jovens não podem ser expostos a "qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor".
Uma questão: como se pode argumentar a favor da criança e do adolescente, afirmando que a dita foto fere seus Direitos, se é justamente nesta Casa em que um futuro decente para o país - e dessas mesmas crianças - é completamente fulminado????
É indecoroso ver uma foto dita inadequada, ou roubar todo um povo?
É ver a foto de alguém nu ou passar fome que define a vida de alguém?
Isabela
fotos: Jorge Diehl
terça-feira, 6 de novembro de 2007
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
Veja
Indico um site: www.joaowainer.com.br
Não canso de insistir, desde que voltei do Paraty em Foco 2006, que todo mundo tem que ver Marginália. Já tinha visto o audiovisual, mas naquele telão enorme, com o som tocando dentro da minha cabeça, a história é outra. Os pêlos ficam todos arrepiados do início ao fim, e pela primeira vez chorei. Saí da sala pequena...
Vira e mexe eu entrava no site e o vídeo não estava lá... Na abertura da exposição de Punctum no Fotoarte 2007, tinha um DVD capenga passando. Queria muito que uns amigos vissem, e o DVD funcinou na base da porrada, porque nem as energias positivas da força do pensamento funcionavam.
Veja. Acredite em mim, é... fantástico. Aumente o volume.
Trabalho bom tem que ser visto.
www.joaowainer.com.br
Aí tem o blog...
Mais um blog.
Para a fotografia, os blogs têm sido fascinantes. Fotos não publicadas, histórias que paravam no fundo da memória. Um outro lado, mais para dentro...
Vá no blog do João Wainer, O Tranca Rua.
Jamaica, Budapeste de Chico, Carandiru, Ciudad Juarez e Cracolândia.
"Sob efeito do crack os moleques parecem bichos. Os olhos saltam e os músculos enrijecem. Olham para os lados como se estivessem sendo perseguidos o tempo todo. Sentem incontrolável vontade de cagar, o que transforma seus “mocós” em lugares mais nojentos do que já são. O cheiro é podre. (...) Hoje andei pela Cracolândia. Fotografei de longe alguns meninos fumando. As fotos ficaram ruins e resolvi chegar junto. Deixei carteira, celular e tudo o que pudesse ser roubado no carro. Levei apenas uma câmera na mochila. Escolhi um grupo que estava fumando e me aproximei. Quando se avista a luz do isqueiro há segurança, o perigo esta nos que não tem a droga. Cheguei perto e “na gíria”, perguntei se podiam conversar comigo. Aprendi com meu parceiro Cascão que o segredo de qualquer abordagem é não demonstrar medo. Quem faz isso sempre ganha, dizia ele. Deu certo."
Fotos de João Wainer.
Isabela Lyrio
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