quarta-feira, 30 de abril de 2008

Chevolution


Tribeca exibe filme sobre foto famosa de Che
Tribuna da Imprensa
30.04.08

Quem diria?! Imagem do guerrilheiro antiimperialista ironicamente é sucesso absoluto entre jovens da sociedade capitalista
NOVA YORK (EUA) - Dizem que é a foto mais reproduzida no mundo. Mas exatamente quem foi Ernesto "Che" Guevara e que significado tem sua foto feita num funeral de vítimas de uma explosão no Porto de Havana, em Cuba? "Ele não é o sujeito que inventou os `mojitos'?", indaga um americano que usa uma camiseta com a imagem de Che em "Chevolution", filme sobre a foto do revolucionário feita pelo cubano Alberto Korda. O filme estreou no Festival de Cinema Tribeca, de Nova York.

A imagem clicada por Korda do guerrilheiro argentino ajudou a torná-lo símbolo mundial da rebelião. Ele aparece de cabelos longos, usando boina com uma estrela. A imagem foi reproduzida em todo o mundo em camisetas, canecas, bonés de beisebol, garrafas de vodca, maços de cigarros, relógios, biquínis e outros produtos da sociedade capitalista de consumo contra a qual Che lutou.

"Ernesto era um pouco sarcástico", diz Carlos "Calica" Ferrer, amigo argentino de Che Guevara, no documentário de 90 minutos. "Ele certamente riria muito disso tudo." A curadora britânica Trisha Ziff, co-diretora de "Chevolution" ao lado do mexicano Luis Lopez, disse que o filme surgiu de uma exposição que ela montou baseada em representações da foto de Guevara, morto na Bolívia em 1967, aos 39 anos, por soldados do Exército boliviano.

Ziff declarou a jornalistas que fica espantada "com a ignorância do público jovem norte-americano, que pode usar a imagem de Che em suas camisetas e não saber nada sobre a ideologia, sobre as idéias desse homem". "Tudo vem das idéias, da esperança, de nosso desejo de que a humanidade tenha heróis", disse Ziff. "Che virou folclore. Ele é Robin Hood, de certa maneira. É uma coisa tão fundamental assim."

Che Guevara, que ajudou Fidel Castro a chegar ao poder na Revolução Cubana de 1959, ainda é herói nacional em Cuba, lembrado por ter promovido o trabalho voluntário gratuito, trabalhando sem camisa em obras de construção ou carregando sacos de açúcar. Ele ainda aparece nas cédulas de dinheiro cubanas, cortando cana-de-açúcar nos campos. Che deixou Cuba em 1966 para lançar outra rebelião anti-Estados Unidos na selva oriental da Bolívia, na esperança de criar "dois, três, ou muitos Vietnãs" na América Latina.

"Chevolution" explica a história por trás da foto de 1960, que só foi publicada uma vez num jornal cubano no ano em que foi feita, antes de emergir na Europa, sete anos mais tarde, como símbolo de protesto e revolta. Sua popularidade cresceu depois de 1968, quando o artista irlandês Jim Fitzpatrick criou um cartaz livre de direitos autorais, usando a imagem.
foto: Alberto Korda

Mais sobre a imagem de Che em Pictura Pixel
E aqui uma entrevista com o autor...

terça-feira, 29 de abril de 2008

Vida antes da morte



"Nós todos sabemos que vamos morrer um dia, mas é difícil acreditar que realmente vai acontecer com a gente. Nossa motivação era tentar superar o nosso próprio medo da morte e o projeto tenta explorar esta questão" Beate Lakota
Após acompanhar pacientes terminais por um ano em hospitais alemães, o fotógrafo Walter Schels e a jornalista Beate Lakota produziram um documento real da condição humana em face da morte.
As fotos estão reunidas na exposição "Life Before Death" em cartaz de 9 de abril a 18 de maios na galeria Wellcome Collection, em londres. Com certeza um trabalho que mereçe reflexão.

domingo, 27 de abril de 2008

Pinhole - O princípio da câmera escura, o princípio da fotografia



Minha singela homenagem ao Dia Mundial da Fotografia Pinhole.Mais indagações fotográficas no Bloco de Notas (www.picturapixel.com/blog) do amigo Cláudio Versiani.

Foto: Arthur Monteiro

Michal Chelbin



Michal Chelbin - Artist Statement

"Strangely Familiar"

The images in this series are an attempt to capture human stories in everyday life, those that exist in the space between the odd and the ordinary. My images are almost always of people and they usually take the form of portraits. Most of the people I photograph have something in common; they are not the mainstream, and many of them are small town performers (For example, they could be dwarfs in a theatre play, ball room dancers or young contortionists). I try to photograph my subjects dislocated from their performing environment and set in casual settings, off stage: at home, on the street or in a park. Some of them with their costumes and others wear everyday cloths. I try to create a seemingly private moment, one where they are not performing or on stage. The main themes in my work are not social or topical, but private and mythical; I search for people who have a legendary quality in them; a mix between odd and ordinary. My images are vehicles to address universal themes: family issues, ideas of normality, puberty with its all incumbent pains and distractions, the desire for fame. An example of this is the adolescent girls I photograph, many of them are on the verge of sexual consciousness. They are in this difficult age, torn between innocence and experience.While their bodies might be still that of a child, their gaze sometimes imply differently. I try to create an informal scene, in which they directly confront the viewer. I feel they and their stories represent with most clarity the theme that interests me the most and which is the twilight zone between reality and fantasy. My aim is to record a scene where there is a mixture of direct information and enigmas and in which there are visual contrasts between young and old, large and small, normal and abnormal. My playground lies between the private and the public, between fiction and documentary. For me, the image is just the tip of the iceberg; it's the gate to a story waiting to be told and which I try to depict in an appealing yet troubling way. This story is about a life full of contradictions on the battle ground between fantasy and reality. Many viewers tell me that the world discovered in my images is strange. If they find it strange, it is only because the world is indeed a strange place.
I just try to show that.

Vejo uma grande influência de Diane Arbus no trabalho de Michal Chelbin, não à toa, me encantei.
Conversando com o amigo Henry Macário sobre o assunto, me respondeu que "influência são raras, boas e benvindas!"

Acessem: www.michalchelbin.com ,admirem o belo trabalho e tirem suas próprias conclusões.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

O conto silencioso




"Se eu fosse apenas curiosa, seria muito difìcil dizer a alguèm "quero ir à sua casa, estimular você a falar e ouvir você me contar a història de sua vida". As pessoas me responderiam: "Você està maluca". Alèm do mais, ficariam muito precavidas. Mas a câmera è uma espècie de licença. Muita gente quer que prestemos a elas muita atençao e esse è um tipo razoàvel de atençao para se prestar."

Diane Arbus

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Salve Jorge



Medalha de São Jorge


Fica ao meu lado, São Jorge Guerreiro Com tuas armas, teu perfil obstinado
Me guarda em ti, meu Santo Padroeiro
Me leva ao céu em tua montaria
Numa visita a lua cheia
Que é a medalha da Virgem Maria
Do outro lado, São Jorge Guerreiro
Põe tuas armas na medalha enluarada
Te guardo em mim, meu Santo Padroeiro
A quem recorro em horas de agonia
Tenho a medalha da lua cheia
Você casado com a Virgem Maria
O mar e a noite lembram a Bahia
Orgulho e força, marcas do meu guia
Conto contigo contra os perigos
Contra o quebrando de uma paixão
Deus me perdoe essa intimidade:
Jorge me guarde no coração
Que a malvadeza desse mundo é grande em extensão
E muita vez tem ar de anjo
E garras de dragão

Moacyr Luz e Aldir Blanc

Foto: Arthur Monteiro

www.punctum-foto.com




Água Mineral

"Longe do litoral, em pleno cerrado onde a seca costuma castigar o
solo e o ar durante meses, um pequeno oásis subterrâneo abastece e
refresca os habitantes de uma cidade."

Henry Macário


Metamorphosis

"Falo sobre meus sonhos tanto quanto sobre meus pesadelos."

Tiziana DiTullio


Coletivo Fotográfico Punctum

terça-feira, 22 de abril de 2008

Enquanto isso nas estradas, durante o feriado.

Foto: Henry Macário

Foto: Armando Salmito

sexta-feira, 18 de abril de 2008

AGÊNCIA FOTOGRÁFICA MAGNUM COMEMORA 60 ANOS




Em seis décadas de existência, as lentes dos fotógrafos da importante e mítica agência Magnum registraram os grandes fatos que marcaram a segunda metade do Século XX no mundo. Brasília recebe parte dessas imagens com a exposição Magnum 60 Anos, que já passou pelo Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Na Capital Federal a mostra será aberta no dia 17 de abril, e poderá ser visitada de 18 de abril a 25 de maio, na galeria Principal.

Composta por imagens do arquivo da agência, com curadoria de João Kulcsár, Magnum 60 Anos apresenta 50 fotografias coloridas e em preto e branco, dispostas em seis capítulos: A Tradição da Magnum; Momentos; Retratos; Novas Perspectivas; Fotografia Documental Contemporânea e Magnum in Motion.

A idéia é incentivar o intercâmbio cultural e visual entre o Brasil e os países representados na exposição como Índia, Estados Unidos, Inglaterra, Espanha, Peru, Nicarágua, França, Itália, Alemanha, China entre outros.

Geração de ouro do fotojornalismo, Henry Cartier-Bresson, Robert Capa, David ‘Chim´ Seymour, George Rodger, fundaram a Agência Magnum em 1947. Organizada como uma cooperativa, a agência permitia aos seus membros liberdade e independência, direito aos negativos, direito à assinatura e direito à edição do próprio ensaio fotográfico. A agência mantém um arquivo com mais de um milhão de imagens em preto-e-branco e cor. A Magnum já publicou mais de 100 livros de fotografia e realizou mais de 120 exposições no mundo.

"Para esse grupo, a fotografia não era apenas um meio para ganhar dinheiro. Aspiravam expressar, através da imagem, os seus próprios sentimentos e idéias de sua época. Rejeitavam a montagem e valorizavam o flagrante e o efeito de realidade suscitado pelas tomadas não posadas, como marca de distinção de seu estilo fotográfico", afirma o curador, João Kulcsár.

Além dos fundadores, outros nomes importantes passaram pela agência, como Ernest Haas, Gisele Freund, Eve Arnold, Erich Hartmann, Inge Morath, Marc Ribould, Rene Burri, Bruce Davidson, Cornell Capa, Don McCullin, Philip Jones Griffiths, Steve McCurry e o brasileiro Sebastião Salgado.

No dia 18 de abril, o curador ministrará visita monitorada gratuita.

João Kulcsár - Mestre em Artes pela Universidade de Kent na Inglaterra, João Kulcsár é doutor pela PUC/SP, além de professor de fotografia do Senac. Foi convidado para ser professor visitante em Harvard, uma das mais renomadas instituições de ensino dos Estados Unidos.

Foi curador de exposições nacionais e internacionais como Impressões Visuais (Brasil e nos EUA), Mirame ( Fototeca Cuba), Cristiano Mascaro, Maureen Bisilliat, Cláudia Andujar, Thomaz Farkas, Visible Rights ( EUA), Alfabetização Visual ( Brasil e EUA), Fotojornalismo Brasileiro ( EUA, Itália e Brasil), entre outras.

Serviço
Exposição Magnum 60 anos
Local: CAIXA Cultural - Galeria Principal
Abertura para convidados e imprensa: 17 de abril de 2008, a partir das 19h
Visitação: 18 de abril a 25 de maio de 2008
Horário de visitação: de terça-feira a domingo, das 9h às 21h
Agendamento de visitas monitoradas: de segunda a sexta-feira, de 9h às 18h, pelos telefones 3206-9450 / 3206-9752
Endereço: SBS Qd. 4 Lote 3/4, anexo ao edifício Matriz da Caixa
Classificação etária: Livre
Entrada Gratuita

Fotos: Arthur Monteiro

O arquiteto da luz


"Como regra, não se deve retratar um retratista.Ele nunca irá se reconhecer no retrato.Fotografar um fotógrafo?Nem pensar.O resultado não ira satisfazê-lo jamais.Talvez, desenhá-lo...Mas, se o fotógrafo for um arquiteto, será sempre um risco submetê-lo aos traços alheios."

José Carlos Coutinho

Foto: Arthur Monteiro

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Água Mineral


"A submersão pode ser um ato solitário e contemplativo, como um mergulho em si mesmo. O tempo e o som modificam a maneira como sentimos o mundo."

Ensaio de Henry Macário.
Breve em PUNCTUM

domingo, 13 de abril de 2008

Concursos Fotogràficos - projeçao ou exploraçao?

Sempre escrevo motivado por perguntas, questões que me inquietam e provocam a necessidade de sistematizar os pensamentos.

Neste momento são os concursos fotográficos, suas regras, benesses e exigências, que provocam a necessidade de escrever sobre o assunto e, de alguma forma, organizar minhas dúvidas e meus pensamentos a respeito.

Concursos fotográficos quase sempre suscitam grandes discussões porque há sempre uma exigência, ou regra, que gera polêmica ou pela qual não há uma aceitação unânime sobre sua legitimidade.

A primeira questão é, sem dúvida, quais os motivos que levam instituições e promotores culturais, fotógrafa ou não, a organizarem um concurso fotográfico. Esta é uma questão fundamental, porque estará em seu bojo a ideologia e as intenções dos organizadores.

A segunda questão é o prêmio oferecido. É lógico que para aqueles que irão concorrer este é um ponto muito importante. Para entendermos as intenções dos promotores é interessante sabermos de onde sairão os recursos para a premiação do concurso e de que forma os patrocinadores se beneficiarão com este evento.

Acho que a terceira questão é qual será o uso a ser dado ao material selecionado. Este ponto estará também imbricado com as outras duas questões analisadas.

Para qualquer fotógrafo é importante, junto com a discussão sobre o prêmio, (há também) a avaliação das possibilidades de ter seu nome, e trabalho, difundido e divulgado.

Isto posto, é fácil observar, os concursos têm uma enorme variedade de formatos. Há instituições governamentais promovendo concursos, assim como, há também associações de fotógrafos e também estabelecimentos comerciais. Temos concursos com prêmios vultosos e outros nem tanto, mas aquele que se inscreve busca também alimentar seu ego de autor e obter uma posição de destaque e alguns momentos de fama. Temos patrocinadores apenas em busca de divulgar sua marca e outros terão retorno financeiro com a comercialização de parte deste material selecionado.

Acredito que a questão central, e que é realmente determinante para discutirmos este assunto, é o por quê de se promover um concurso fotográfico. Por quê?

Sempre que se pensa em um processo seletivo - e o concurso é uma seleção de obras artísticas, é uma eleição, onde se dirão quem são os melhores - é preciso se definir se a aquisição das obras está implícita nos regulamentos. Neste momento, se faz imperioso consultarmos a Lei 9610-98 que trata do direito patrimonial e do uso da obra autoral.

O direito do autor, de ser autor de uma obra, e ser assim citado, é inalienável. Agora, o uso, a utilização, comercial ou não, os direitos patrimoniais desta obra, estes sim, podem ser cedidos com retorno financeiro ou não. O autor decide. O que se entende, e está escrito no artigo 50 da citada Lei, é que a cessão de uso de uma obra intelectual se pressupõe onerosa. Ou seja, quem for usar uma criação, seja de que forma for, deve pagar por esta utilização.

O contrato ou regimento é que determinarão em que base de direitos e deveres se faz o acordo entre as partes, promotores e autores, que em nosso caso são os fotógrafos.

Agora precisamos refletir que nem tudo que é legal, é ético. Nem tudo que está escrito é moral. São valores sempre discutidos, da família à política. Do cotidiano de cada um de nós à mídia, em suas várias filigranas. A princípio todos querem ser corretos, e, infelizmente há sempre alguém que abre uma exceção quando se pode levar alguma vantagem no processo. É da natureza humana? É uma questão sócio-cultural? Muito complexo para analisarmos aqui, ficam estas perguntas para cada um de nós pensarmos a respeito.

De volta aos concursos fotográficos, entendo que o uso que será feito de minha fotografia tem que ser avaliado. É preciso se ter respeito por nosso próprio trabalho. Não devemos ceder nossas obras, feitas com carinho, dedicação e originalidade, para que outros se beneficiem, tenham vantagem, muitas vezes economicamente.

Acredito que devemos todos lutar contra estes contratos predatórios, regidos pela famosa "Lei de Gerson" de se levar vantagem em tudo.

Este mundo midiático/digital/globalizado onde estamos mergulhados nos induz constantemente a buscar notoriedade. A necessidade de nosso ego de obter destaque e reconhecimento, ou orgulho de ser um dos premiados em um concurso, não podem ser determinantes para entregarmos nosso trabalho àqueles, que pelos contratos propostos, não têm o menor respeito nem por nós enquanto autores intelectuais, nem por nosso trabalho fotográfico.

Autor: Rinaldo Morelli
Publicado originalmente em Pictura Pixel

sábado, 12 de abril de 2008

Crime Cultural



ADEUS TEATRO OFICINA PERDIZ

Depois de tantas ameaças a derrubada se aproxima O Teatro Oficina do
Perdiz, três semanas após ganhar as telas do Fantástico e emocionar
tanta gente no quadro Me Leva Brasil, recebe um ultimato para ser
demolido. Talvez, nos últimos anos, uma das poucas notícias vindas de
Brasília e que tenha dado orgulho a algum brasileiro, foi a história
desse torneiro mecânico, como o nosso presidente, mas, um torneiro
mecânico apaixonado pela cultura e que dividiu o espaço do esmeril e
da solda, com figurinos, cenários e o ritual diário dos atores.
Essa história virou filme que tem ganhado as telas de festivais no
Brasil e no mundo, com o curta "Oficina Perdiz" de Marcelo Diaz. Além
disso, está em fase de finalização, outro curta metragem, de Pio Gomes
e que fala de dois Josés e duas oficinas, Zé Celso (Teatro Oficina –
SP) e José Perdiz (Teatro Oficina do Perdiz).

A contundente ameaça ao teatro é furto dos interesses de uma empresa
da construção civil (Ipê-Omni), que ergueu, ao lado do Teatro Oficina,
um prédio de quitinetes e estão conseguindo pressionar governo e
representantes da Secretaria de Cultura do DF para colocar abaixo 20
anos de história do teatro brasiliense.

Segundo o produtor do espaço, Marco Pacheco, a construtora quer
finalizar uma marquise que invade a área ocupada por essa oficina
teatro, assim, é preciso tirar de circulação mais um teatro no Brasil,
por atrapalhar interesses financeiros de um pequeno grupo. O capital
financeiro subjugando o capital cultural, histórico e artístico de uma
cidade.

O Teatro Oficina do Perdiz é uma peculiar oficina mecânica criada em
1969 e que funciona como teatro desde 1988, sendo um dos espaços mais
democráticos para os artistas e para a comunidade. O principal
argumento da construtora é que a área ocupada é do GDF, e deveria ser
uma área de passagem de um bloco para outro. Aqui, cabe ressaltar que
quase todas as áreas de passagem da Asa Norte são invadidas por
empreendimentos que nada acrescentam à vida cultural do brasiliense,
que não tem nenhuma utilidade pública.

Vale lembrar ainda que o prédio do INSS incendiado em 2005 não
possuía habite-se. Um dos mais nobres resorts da cidade também
enfrenta problemas com a área ocupada, além disso, várias outras obras
da cidade são irregulares. Qual a diferença entre essas outras
edificações e a Oficina Perdiz? Por que a oficina do perdiz deve
desocupar uma área pública para ser ocupada por esses empresários?
Quem é beneficiado com isso? A resposta é simples: em Brasília ganha
quem tem dinheiro e influência política. Será que nós, cidadãos e
artistas, concordamos com isso?

O Teatro do Concreto se uniu a outros artistas apaixonados por esse
espaço e está em temporada no Teatro Oficina do Perdiz com o
espetáculo Diário do Maldito desde o dia 28 de março. A peça,
inspirada na vida e obra do Plínio Marcos fala de resistência e
compromisso com a arte. Nossa temporada é uma ação de resistência pela
manutenção do espaço. Agora, corremos o risco de nem chegar ao final
da temporada, prevista para 20 de abril, afinal, a obra ao lado tem
urgência. Os empresários já se reuniram com a Secretaria de Cultura do
DF, sem convidar a classe teatral para debater o assunto, a única
proposta feita foi a retirada da Oficina do Perdiz, sem deixar claro
como, quando e de que forma.

É triste perceber que a marca que esse governo está imprimindo na
cultura do DF é a marca da agressão aos foliões durante o carvanal, da
destruição de obras de arte na W3 Sul que homenageavam poetas e,
agora, a da eminente demolição do Teatro Oficina Perdiz. Cada vez
mais, fica clara a idéia de fazer de Brasília uma cidade asséptica.
Brasília não é do povo, como o céu é do avião.

Gostaríamos de poder contar com o apoio de artistas, jornalistas e da
população em geral para impedir esse crime contra nossa cultura.


Teatro do Concreto.

REPASSEM!!!
Contatos:
Marcos Pacheco – (61) 8142-9700 – produtor do espaço
Ivone Oliveira – (61) 9935-0860 – Teatro do Concreto
Marcelo Diaz – (61) 9212-4006 – Diazul de Cinema
Teatro Oficina do Perdiz (61) ...
e-mail:
mapael@terra.com.br
franciswilker@gmail.com

Fotos: Arthur Monteiro

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Indignação


O Ministério Público apresentou no começo do ano denúncias contra a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec). A entidade sem fins lucrativos ligada a UnB desviava verba destinada à pesquisa em roupas e contas de bares, que era usufruído em pleno domingo. O reitor da universidade, Timothy Mulholland, teria usado R$ 470 mil na reforma e decoração de seu apartamento. Ele também é acusado de comprar um carro luxuoso com dinheiro repassado pela Finatec.

Foto: Arthur Monteiro

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Saudade


"A casa da saudade chama-se memória: é uma cabana pequenina a um canto do coração."
Coelho Neto

Foto: Armando Salmito

domingo, 6 de abril de 2008

Uma Águia na Ilha da Fantasia


"Em meio aos flashs da minha máquina
me sinto abraçado.
Na mente tenho a satisfação de saber
que no click da minha lente me sinto realizado.
Aos meus olhos cada imagem captada no momento
é como o alvorecer da aurora.
Meus ombros doloridos carregam agora
com orgulho meu sustento.
E assim...mais uma noite chega ao fim."

Brizza Rodriques Cavalcante

Foto: Ivaldo Cavalcante
Mais Ivaldo em: http://ivaldocavalcantealves.blogspot.com e também em nosso site: http://punctum-foto.com

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Vidas passadas, imagens perdidas


"Sempre existiu censura, mas por um longo tempo ela permaneceu incoerente, ao sabor do capricho dos generais e dos chefes de Estado.A primeira proibição organizada da fotografia jornalística no front ocorreu durante a primeira Guerra Mundial; os altos-comandos da Alemanha e da França só permitiam a presença de uns poucos fotógrafos militares escolhidos, perto da zona de combate.(A censura à imprensa feita pelo Estado-Maior inglês era menos flexível). E foram necessários outros cinqüenta anos, e o relaxamento da censura durante a primeira guerra em que houve cobertura feita pela tevê, para compreender o impacto que fotos chocantes podiam produzir no público doméstico.Na era do Vietnã, a fotografia de guerra tornou-se, como norma, uma crítica à guerra.Isso estava fadado a ter conseqüências: os meios de comunicação dominantes não têm nenhum interesse em fazer as pessoas sentirem engulhos diante das lutas para as quais estão sendo mobilizadas, muito menos em disseminar propaganda contra a guerra."

Parágrafo fragmentado do livro: Diante Da Dor Dos Outros, de Susan Sontag
Post e Foto: Arthur Monteiro