Mas a Colômbia è o paraìso.
Cafè de Colombia.
Memòria.
Ventanilla en La Isabela.
Camponês que temia ser fotografado devido às açoes da guerrilha, que tiravam fotos de quem tinham que assassinar.
Na regiao central da Colombia, mais precisamente no Eixo Cafeteiro, existem alguns lugares onde o tempo parou em uma època tranquila.
Os homens continuam sendo explorados, nao possuem emprego fixo e dependem absolutamente do cafè e do plàtano; todos os dias vao para a beira da estrada esperar os jeeps Willys para levà-los às fazendas onde precisam de trabalhadores. Ao fim do dia voltam com pouco dinheiro no bolso e com certeza nenhuma de que no dia seguinte terao o que comer.
Mas a natureza mantèm a melhor energia daqui.
Isabela
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
Onde a polícia não entra
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Balançando em nuvens cor de rosa
No dia que encontrei as portas do cèu, chovia e fazia frio.
A caminho de Salento com amigos, fomos pela estrada mais longa que liga Pueblo Tapao a esta pequena cidade colonial encravada na Cordilheira Central. Passamos por diversos povoados, e aqui na Colômbia, especificamente na regiao central do paìs, a cada quilômetro a temperatura e a altitude variam. Assim, logo o horizonte que antes se cobria com um frio azul, foi desenhado por fios dourados, que pintavam os campos verdes, àrvores e cada uma das inùmeras cores das casas e fazendas.
Vistas com as quais sò podemos sonhar. Paisagens que sempre mentalizo quando medito.
As nuvens se dissiparam e o cèu possuìa o azul mais limpo. Uma ou outra brincava e fugia do cèu, se mantendo nas regioes mais baixas do vale, brancas e fofas em meio ao verde profundo. A Cordilheira, sempre esbranquiçada, agora fazia um desenho certo e claro. Me permiti o frio do vento e o calor do sol no rosto.
Sentia todo o corpo, me sentia viva.
No som no carro tocavam clàssicos, daqueles de melhor feitio, quase artesanal, e que resgatam memòrias doces e importantes.
Quanto mais entràvamos pelas curvas das montanhas, mais èramos cercados por pinheiros que nao se cruzam no infinito e que se perdiam na branca bruma que voltou a cobrir o ar.
Me senti novamente criança ansiosa, excitada com tanto a olhar atravès das janelas velozes.
Chegando na cidade, subimos degraus coloridos que faziam perder o fôlego e nos conduziam ao ponto mais alto da cidade, Alto de La Cruz, onde se passa a Via Sacra. No topo, um parque infantil. Abaixo, uma cidade branca. O entardecer, jà em seu momento, havia se escondido. Mas conheço um Cavaleiro do Oriente que me diz todos os dias que a natureza è ùnica e geniosa. Suas palavras ecoavam rindo dentro de mim, quando a cidade branca se coloriu com um rosa tao delicado quanto sonhos de meninas.
Ali, encontrei as portas do cèu. Là, as àrvores vao desaparecendo aos poucos.
Debaixo de um enorme pinheiro, nos sentamos em um balanço. O vento me levava em uma cadência rumo ao infinito, onde estao todos os sonhos que perdemos por aì. Escutei um eco ao longe, dizendo que nao havia nada ali. Mas anjos de olhos verdes e azuis sabem que hà muito mais para ver onde náo se consegue ir com o olhar.
O azul profundo tomou a neblina densa, e pequenos cìrculos brancos e laranjas iluminam a cidade, que jà sabemos estar abaixo de nòs.
Descemos para procurar algo para comer, e enquanto estava entretida com carinhos que chegavam do Brasil pelo telefone, uma mudança de planos nos fez voltar para a capital.
Na volta, um sorriso prateado se escondia atràs dos altos pinheiros, que passavam tao ràpido, que fazia a lua quase piscar.
Hoje, de volta ao futuro, sei que levar a câmara teria me feito viver outra realidade. Nao seria possìvel estar ali plenamente. As palavras ainda assim nao sao suficientes para descrever a sensaçao de me balançar em nuvens cor de rosa, de sentir o vento da eternidade me soprar no ouvido.
Para o cèu nada se leva, e de là sò se traz a certeza de ter ido.
Isabela
A caminho de Salento com amigos, fomos pela estrada mais longa que liga Pueblo Tapao a esta pequena cidade colonial encravada na Cordilheira Central. Passamos por diversos povoados, e aqui na Colômbia, especificamente na regiao central do paìs, a cada quilômetro a temperatura e a altitude variam. Assim, logo o horizonte que antes se cobria com um frio azul, foi desenhado por fios dourados, que pintavam os campos verdes, àrvores e cada uma das inùmeras cores das casas e fazendas.
Vistas com as quais sò podemos sonhar. Paisagens que sempre mentalizo quando medito.
As nuvens se dissiparam e o cèu possuìa o azul mais limpo. Uma ou outra brincava e fugia do cèu, se mantendo nas regioes mais baixas do vale, brancas e fofas em meio ao verde profundo. A Cordilheira, sempre esbranquiçada, agora fazia um desenho certo e claro. Me permiti o frio do vento e o calor do sol no rosto.
Sentia todo o corpo, me sentia viva.
No som no carro tocavam clàssicos, daqueles de melhor feitio, quase artesanal, e que resgatam memòrias doces e importantes.
Quanto mais entràvamos pelas curvas das montanhas, mais èramos cercados por pinheiros que nao se cruzam no infinito e que se perdiam na branca bruma que voltou a cobrir o ar.
Me senti novamente criança ansiosa, excitada com tanto a olhar atravès das janelas velozes.
Chegando na cidade, subimos degraus coloridos que faziam perder o fôlego e nos conduziam ao ponto mais alto da cidade, Alto de La Cruz, onde se passa a Via Sacra. No topo, um parque infantil. Abaixo, uma cidade branca. O entardecer, jà em seu momento, havia se escondido. Mas conheço um Cavaleiro do Oriente que me diz todos os dias que a natureza è ùnica e geniosa. Suas palavras ecoavam rindo dentro de mim, quando a cidade branca se coloriu com um rosa tao delicado quanto sonhos de meninas.
Ali, encontrei as portas do cèu. Là, as àrvores vao desaparecendo aos poucos.
Debaixo de um enorme pinheiro, nos sentamos em um balanço. O vento me levava em uma cadência rumo ao infinito, onde estao todos os sonhos que perdemos por aì. Escutei um eco ao longe, dizendo que nao havia nada ali. Mas anjos de olhos verdes e azuis sabem que hà muito mais para ver onde náo se consegue ir com o olhar.
O azul profundo tomou a neblina densa, e pequenos cìrculos brancos e laranjas iluminam a cidade, que jà sabemos estar abaixo de nòs.
Descemos para procurar algo para comer, e enquanto estava entretida com carinhos que chegavam do Brasil pelo telefone, uma mudança de planos nos fez voltar para a capital.
Na volta, um sorriso prateado se escondia atràs dos altos pinheiros, que passavam tao ràpido, que fazia a lua quase piscar.
Hoje, de volta ao futuro, sei que levar a câmara teria me feito viver outra realidade. Nao seria possìvel estar ali plenamente. As palavras ainda assim nao sao suficientes para descrever a sensaçao de me balançar em nuvens cor de rosa, de sentir o vento da eternidade me soprar no ouvido.
Para o cèu nada se leva, e de là sò se traz a certeza de ter ido.
Isabela
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
Pelo direito de viver em paz
1 - Armenia, capital do Departamento del Quindio, Eixo Cafeeiro da Colombia. Foto: Isabela Lyrio
2 - Cinco colombianos pedem o fim da violencia desde o Deserto do Saara. Foto: Diego Gutierrez Fonte: Eltiempo.com
3 - Em Bogotá, milhares de pessoas encheram as ruas. Foto: Carlos Duran/Reuters
Em algum lugar, li em uma pesquisa se constatou que o povo colombiano é o que mais se considera feliz no mundo.
A maioria das noticias que o mundo tem da Colombia se limitam a citar acoes das FARC.
Realmente somos revistados na entrada dos cinemas, nao temos privacidade com nossos pertences, o exército está em todas as ruas, os vigilantes particulares carregam fuzis. Famílias inteiras se mudaram para o exterior, especialmente EUA. A maioria das pessoas conhecem vítimas de sequestros, assassinatos e desplazados, expulsos de suas terras pela guerrilha, que se auto denomina Exército do povo e que é um grupo que há muitos anos trocou sua luta política pela renda sangrenta do narcotráfico.
Porém, esse comportamento rotineiro é esquecido em alguns momentos, quando somos tomados pela alegria de conviver com um povo simples, gentil, feliz e tranquilo.
Se nas grandes cidades a violencia gera estresse, aqui na Colombia eles parecem ter outra reacao a toda a guerra que vivem no dia a dia. É uma realidade diferente da brasileira, apesar de nascida de dois fatores que temos em comum, o tráfico e a violencia.
O colombiano é sereno, muito alegre e colorido. Se valoriza muito, preserva sua cultura e sua história.
Costumo dizer que estou em um canto especial do paraíso, um país maravilhoso, que nos recebe sorrindo, cheio de paisagens fabulosas e cenas fantásticas que enchem o coracao de amor pela vida.
Ontem, 4 de Febrero, a Colombia, cansada da violencia, mas sorrindo de branco e em paz, se uniu para mostrar ao mundo que as FARC nao representam o povo colombiano.
Foi a maior mobilizacao da história desse país de pouco mais de 40 milhoes de habitantes, e que levou adultos, jovens, idosos e criancas as ruas com um mesmo objetivo.
A capital Bogotá transbordava de cidadaos com camisetas brancas.
Em todas as cidades do país o pedido de paz esteve presente, até mesmo no pequeno povoado onde estou hospedada na zona rural do departamento del Quindio, que se chama Pueblo Tapao e que só possui uma rua.
Em diversas cidades do mundo, colombianos e simpatizantes pediram o fim da violencia.
Isabela Lyrio
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