segunda-feira, 22 de setembro de 2008

É a determinação que faz o fotógrafo...




Durante workshop no Paraty em foco 2008, Alex Majoli, primeiro usando como exemplo os seus vários ensaios, mostrou a importância de conferir a sua própria identidade à fotografia. O que não se traduz simplesmente na forma com que se fotografa, no estilo ou na linguagem e sim no que você deixa de si em cada trabalho, personagem ou situação. Mesmo quando se está fotografando para uma revista é importante deixar impressa a sua visão de mundo.

“Quero ser o protagonista e não um voyeur..” (Alex Majoli)

O mais interessante para quem assistiu não era exatamente o conteúdo do discurso do Alex , tudo que ele disse é muito simples, era como ele realmente pratica e incorpora de forma coerente o que fala.

Mesmo nas situações mais comuns, onde pensaríamos impossível desenvolver um trabalho relevante, ele consegue exemplos de fotógrafos que conseguiram em sua vida transcender esta barreira usando uma maneira pessoal de se fotografar, sempre com determinação.

Malick Sidibe
Ele tinha um pequeno estúdio no meio da África, em Mali. Cada dia ele fazia o mesmo trabalho que qualquer fotógrafo que viva de fotografia faz – um pouco de tudo. Só que ele fazia da maneira pessoal. Fotografava a gente de sua vila sempre no seu estúdio. Muito Simples. Era chamado para fazer fotos de festas dos amigos..."Quando se coloca todas as fotos juntas, todos os anos que ele fotografou, as fotos com legenda e um conceito..." É a determinação que faz o fotógrafo e não o que ele fotografa.

Bernd and Hilla Becher
Eles se encontraram na escola de Düsseldorf na Alemanha e mais tarde foram mestres de Andréa Gursky, Thomas Ruff e Cândida Höfer. Durante vários anos, faziam todos os dias a documentação de todas as caixas d’água, moinhos e edificações similares da Alemanha e mais tarde de outros paises, sempre da mesma maneira, com uma câmera médio formato. Quando eles fizeram este trabalho não pensavam em ser os "mais importantes fotógrafos da arte contemporânea", eles simplesmente iam lá e faziam. Não era uma questão de capacidade e sim de determinação. Eles fizeram o mesmo trabalho durante vários anos em 5 paises diferentes. É como um trabalho de arte. É uma questão de determinação.

Shirin Neshat
Ela é um exemplo, dentro da explanação de Alex, de como se estruturar um trabalho de arte dentro da fotografia. Neshat conseguiu com o seu trabalho estabelecer um olhar político, social e pisicológico sobre a experiência feminina contemporânea na sociedade Islâmica.

Fotos: Armando Salmito
Texto e adaptação livre: Henry Macário

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito interessantes esses apontamentos, parabéns pelo blog. Vi aqui muitas idéias lançadas e acredito assim como vcs que é necessário pensar a fotografia.

Anônimo disse...

Oi amigo,
Gostei tanto de conhecer seu blog que me deu até vontade de ter um também! Como é bom falarmos do que gostamos, não é mesmo? Parabéns! Espero encontrarmos em um outro workshop novamente!
Um abraço, Lúcia Adverse

Armando disse...

Valeu Lúcia, bom reencontrá-la aqui. Esse workshop fez muita diferença para mim.
Beijão;
Armando