LIMIARES DA IMAGEM
Antônio Fatorelli e Fernanda Bruno
Neste livro sobre as imagens e seus limiares na cultura contemporânea, o leitor percorrerá o terreno instável das passagens, as dimensões intermediárias das fronteiras, recorrentes nos textos com conteúdos, formas e intensidades variadas, desde diversos pontos de vista: comunicação, filosofia, história da arte, física, psicanálise, literatura e produção estética. Limiares da Imagem investiga a natureza e o destino das imagens na atualidade, com o intuito de dimensionar algumas das singularidades da cultura contemporânea e aferir sobre os afetos e as formas atuais de experiência, em especial sobre as condições diferenciais que envolvem a criação, a observação e a crítica de imagens na contemporaneidade. Com temas instigantes e variados, os 11 artigos deste livro enfocam as mutações estéticas e éticas promovidas pela cultura digital, a partir dos anos 1970. Neste momento de transição, comparável em extensão e profundidade àquele que se sucedeu à emergência da fotografia na primeira metade do século XIX, Limiares da Imagem vem ao encontro de muitos questionamentos e suas diversas abordagens certamente despertarão o interesse de profissionais e estudantes de diferentes campos de conhecimento e produção, como a comunicação, a arte, a estética, a filosofia e a psicologia.
WALTER BENJAMIN: IMAGENS
Carlos Pernisa Jr, Fernando Furtado, Nilson Alvare
Walter Benjamin destacou que logo nos primeiros anos da invenção do Daguerreótipo já se vislumbrava a possibilidade de utilizar a técnica fotográfica com fins lucrativos. Assim, há fenômenos que atualmente se impõem avassaladores e merecem análise que vá além daquela que estuda as técnicas empregadas pelos publicitários na vulgarização dos “daguerreótipos da contemporaneidade”: o “sistema digital” na manipulação de verossimilhança(s) pela indústria cultural e os desafios que daí se sucedem como a perda da memória, a (re)produtibilidade de acontecimentos como mero valor de troca (e não como valor de uso) e os infindáveis recursos digitais que afastam o produtor do objeto numa espécie de alienação por mecanismo de telerrealidade.
A imagem em Walter Benjamin é parte de um processo de construção de linhas de pensamento. Transformada em palavra_ou até feita das próprias palavras_,a imagem torna-se integrante de uma maneira de Benjamin compreender o mundo. Ele não só pensa por meio de imagens, ele também pensa com imagens.
A MÁQUINA DE ESPERAR
Maurício Lissovsky
"A partir do momento em que a fotografia tornou-se dominantemente instantânea, para onde foi o tempo que antes era parte indissociável de sua confecção?”
Desde logo, as primeiras reflexões sobre a fotografia assinalaram sua dimensão mágica. A este respeito, dois aspectos foram costumeiramente ressaltados. O mistério da imagem latente – que fazia surgir, do nada, o mundo que a câmera havia feito desaparecer em seu interior; e o milagre da permanência – que conferia eternidade às circunstâncias efêmeras da existência. Mas nenhuma destas duas características nos fala da magia própria do instantâneo. A fotografia, depois de tirada, é o coelho já saído da cartola. Sua verdadeira magia só pode estar em algum momento anterior, quando a varinha já está erguida e estranhas forças se conjugam, no interior escuro da cartola. A partir de uma concepção imanente do instante, este livro percorre as obras de alguns dos maiores fotógrafos do século XX para encontrar, no modo como esperam, no seu passe-de-mágica, a origem dos aspectos formais de suas imagens.
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