sexta-feira, 11 de julho de 2008

Mapas Abertos

Prostitutas do bairro La Merced, Ciudad de Mexico - Maya Godad

Exploração de indígenas andinos, da equatoriana Lucia Chiriboga

Porto Príncipe, Haiti - Robert Stephenson

Che Guevara de feijão - Vik Muniz

Uma mostra dedicada à fotografia contemporânea da América Latina é destaque da Bienal de Fotografia da Bélgica, "L'Été de la Photographie" ("O Verão da Fotografia", em tradução livre), que até o final de setembro promove uma série de exposições em 29 centros culturais das principais cidades do país.

Para os quarenta artistas latino-americanos - procedentes do Brasil, Argentina, Cuba, Colômbia, Peru, Costa Rica, Venezuela, Guatemala e Equador -, a organização da Bienal selecionou o célebre Palácio de Belas Artes de Bruxelas (Bozar).

"É uma resposta ao crescente interesse que os europeus têm por conhecer essa região", justifica o curador, o espanhol Alejandro Castellote.

Com o nome de "Mapas Abertos", a mostra reúne duzentas obras realizadas entre 1991 e 2002, que refletem em imagens a cara e a alma da América Latina, um continente "impossível de ser delimitado geográfica ou culturalmente", Castellote afirma.

Por isso, em vez organizar a mostra de acordo com os países dos artistas, o curador optou por dividir a exposição em capítulos que mostram "os rituais de identidade", os "cenários" e as "histórias alternativas" do continente.

Mistura
A Marginal Pinheiros de uma série de dez fotografias do brasileiro Cássio Vasconcellos divide espaço com as prostitutas do bairro mexicano La Merced nas fotografias de Maya Godad.

Castellote também não se limitou à fotografia pura. As obras expostas misturam técnicas de colagem, manipulação digital, sobreposição e pintura, como na série "A Representação de Mulher Gorda Nua", da brasileira Fernanda Magalhães.

O curador afirma que sua idéia era reunir trabalhos irreverentes e fugir dos temas "habituais" da arte latino-americana, como "utopias políticas e a denúncia das misérias sociais", mas o militantismo é gritante em algumas obras selecionadas.

O brasileiro Vik Muniz expõe o retrato de um Che Guevara desenhado com feijão, o argentino Marcelo Brodsky protesta pelos ex-alunos do Colégio Nacional de Buenos Aires desaparecidos durante a ditadura militar e a fotógrafa e socióloga equatoriana Lucia Chiriboga denuncia a exploração de indígenas andinos.

"Mapas Abertos" fica em cartaz no Bozar até 21 de setembro.
fonte: UOL

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