domingo, 13 de julho de 2008

Móbile




Local: Galeria Rubem Valentim - Espaço Cultural Renato Russo - 508 Sul - Asa Sul
Data: Diariamente, das 9h às 21h
Entrada Franca
De: 08/07/2008
Até: 08/08/2008


Jóias do acervo do são expostas no Espaço Renato Russo (508 Sul)
Um tesouro de imagens de valor incalculável espalha-se hoje pelo Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul). São obras de criadores representativos da história da fotografia brasileira. Nomes como Mario Cravo Neto, Pierre Verger, Claudia Andujar, Miguel Rio Branco, Arthur Omar, Rosângela Rennó e Cristiano Nascaro ocupam a Galeria Rubem Valentim. "O Museu de Arte de Brasília (MAB) possui acervo representativo de grandes nomes. Muitos desses trabalhos não flertam apenas com a linguagem documental, mas também com experimentos A idéia é criar um diálogo entre essas duas tendências", destaca Bené Fontelles, que divide a curadoria da exposição A Fotografia no Acervo do MAB, com André Santangelo.

A mostra traz mais de 40 trabalhos em proposta, que faz parte do projeto MABmóbile, que já realizou mais de 14 exposições em Brasília, só com o acervo da instituição. "A fotografia nos dias atuais está bem representada, no limiar de sua expressão. O experimentalismo na área foi intenso nos últimos anos no exterior, repercutindo de forma considerável por aqui", comenta Bené Fonteles.

A exposição ganha destaque na Galeria Rubem Valentim, com visitação diária das 9h às 21h, até o dia 8 de agosto. O foco são as obras que têm íntima relação com o corpo humano. Segundo os curadores, a escolha foi meramente casual. "Quando a gente começou a selecionar as fotos, havia uma tendência para os trabalhos centrados em corpos, acho que era um tema recorrente entre os fotógrafos dessa época, já que não temos muitas fotos de paisagem", revela Fonteles. "De qualquer forma, a exposição estende a proposta do MABmóbile, que é dar visibilidade ao acervo do Museu de Arte de Brasília", ressalta.

Mais de 100 trabalhos iconográficos compõem o acervo do Museu de Arte de Brasília. O valor material desses trabalhos também desperta atenção. "Algumas obras custam uma fortuna, são bem valorizadas no mercado de fotografias", revela. Entre as obras apresentadas em A Fotografia no Acervo do MAB, merecem destaques os trabalhos do baiano Mario Cravo Neto e da suíça naturalizada brasileira Claudia Andujar. Formado pela Art Student League, sob orientação do artista plástico Jack Krueger (um dos precursores da arte conceitual), Cravo Neto especializou-se em técnica que consiste na interferência direta com o objeto fotografo. É de sua autoria um dos trabalhos mais impactantes da mostra, que traz o corpo de um homem negro salpicado de branco, com uma tartaruga como se fosse o seu rosto. O registro, sem título, é usado como material de divulgação do evento. "É uma foto impressionante, muito bonita, que realça essa proposta do Cravo, de esculpir com corpo seus trabalhos", destaca Fonteles.

Uma das fundadoras da comissão que deu origem à criação do Parque Yanomami, Claudia Andujar é destaque na mostra com dois trabalhos: Yanomami em Transe e Só Mesmo Yanomami. Os registros são de 1974. "Claudia Andujar é uma das grandes batalhadoras da causa indígena e seus trabalhos têm forte enfoque social", observa.

Integrante do acervo pessoal do curador, a foto Os Tocadores de Tambor, registro de 1947 do fotógrafo e etnólogo franco-brasileiro Pierre Verger, é a menina dos olhos da exposição. O material é um dos raros registros da mostra genuinamente documental. "É o trabalho mais antigo no nosso catálogo, custa no mercado uns R$ 20 mil", calcula Bené Fontelles.

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