segunda-feira, 24 de março de 2008

Tião


Quando menino, durante as férias ia para Patos de Minas, terra natal da minha Mãe, passar o tempo na casa de minhas tias e da Vovó Zeca, próximo a sua aconchegante casinha, morava o Sebastião, moço calmo, sereno e muito observador, não atoa um exímio caçador de passarinhos. Íamos eu e ele para uma região brejeira, hoje se transformou em uma bela e urbanizada lagoa, bem perto dali, caçar passarinhos.
Intrigante como o tempo voa, assim como aqueles pássaros voavam, eu com estilingue em punho e ele com suas artesanais arapucas.Eu lançava pedradas ao vento, já ele, um especialista, armava a tal armadilha, sentava-se, enrolava um tradicional fumo de rolo e, com toda paciência que Deus lhe atribuiu aguardava cautelosamente o momento decisivo.Tempo, tempo, tempo, uma imagem dessa peça rara, hoje com seus 47 anos de vida, ainda preservando seu amor incondicional por Canários da Terra e Papa Capins.

Arthur Monteiro

Nenhum comentário: